16 de jan. de 2010

MARKETING HAITIANO NO ANO DO PAC

1. PITIÉ POUR L`HAÏTI – A frase maldita do Cônsul haitiano sobre o catastrófico terremoto - "Foi bom para nós aqui do consulado porque nos dará mais visibilidade (...)" – jamais seria proferida por uma pessoa normal da minha geração, na presença dos mais íntimos ou mesmo a sós. Não é mais assim... Nestes tempos midiáticos, o marketing se tornou, assustadoramente, mais importante que a realidade e propiciou esse tipo imoral de pensamento. Para nós, mortais comuns, a colocação dessa frase, à vista de dezenas de milhares de mortos e centenas de milhares de desabrigados, deve servir como definitivo sinal de alerta. Há cerca de 25 ou 30 anos essa “nova moral” começou a conquistar o Brasil em todos os escalões. Quantos Ministros já não tivemos – sempre incompetentes - que foram escolhidos pelo seu impacto de marketing na opinião pública ? As Pastas da Cultura e do Esporte, então, têm sido agraciadas com fartura por esse tipo relativamente novo de seleção política. Neste ano de eleições gerais no Brasil sempre corremos o risco, “sin duda”, de um “marqueteiro” hábil nos “vender” mais um Presidente “fajuto”. Defrontaremos, com frequência, essa supremacia do imaginário sobre o real, contra a qual devemos nos prevenir. Por agora, solidariedade total aos haitianos e aos nossos soldados heroicos que lá estão ou tombaram com honra...
2. CLUBE DOS SETE TEM PAC DA ÁGUA – A rede de voleibol onde jogo, na Barra da Tijuca, inaugurou seu “chuveirinho”, alimentado por poço e bomba movida a gasolina. Teve até discurso do Guilherme afirmando (mentira, é claro) que “nunca antes, na história desta rede...” A logística da operação foi obra do Clovis - que como bom nordestino sabe a dureza da falta d`água sob o sol inclemente. Até o nosso “vice”, Paulo Bessa, “de molho” por ordem médica, exatamente por exposição ao calor, prestigiou a inauguração. O único preocupado no ato solene era o nosso Ministro da Fazenda, o Zé Carlos, que vai ter que lançar mão de “nossas reservas” (como a Senhora Kirchner, da Casa Rosada) para honrar a pesada dívida...Reflexão que se impõe: devia haver uma lei no Brasil obrigando as autoridades a fornecer água limpa aos frequentadores da praia, sempre que as águas do mar fossem poluídas e impróprias para o banho – o que ocorre(u) certamente por incúria dessas mesmas autoridades. Esporte + sol - água = infarto ou AVC = Lourenço Jorge = despesas adicionais para o SUS. cqd
3. PRAIA DE IPANEMA – O escriba da língua portuguesa que consagrou o uso da expressão “verão senegalesco” copiou-a, certamente, de algum agente colonial francês que conhecia Dacar mas jamais pisara nas terras escaldantes de São Sebastião do Rio de Janeiro. Nada a lamentar, pois temos uma receita infalível e maravilhosa para esse “verão carioca”: a praia. A revista ECONOMIST estima que 630 milhões de terráqueos residam a uma distância máxima de 10 km do mar. Fui, sou e serei sempre parte desses abençoados 10% da Humanidade. Filho de portugueses, ditos “colonizadores-caranguejos”, apegados à costa, herdei-lhes o amor ao cheiro de maresia. Para os lusitanos dos séculos XV e XVI, que promoviam uma globalização pioneira, descobridores de todas as terras e donos dos oceanos - as grandes vias de comunicação e transporte da época - era uma questão de logística, uma visão estratégica bastante racional. Para mim, é antes de tudo um determinismo estético. Das músicas de Tom e Caymmi às marinhas de Guignard, passando pela sua rica paisagem humana, amo e vejo muita beleza em tudo que existe na praia. Um espaço democrático, onde as pessoas se vestem (ou despem ?) da mesma forma e não têm sobrenome - só prenome ou apelido. Você pode estar na barraca ao lado de um banqueiro ou de um favelado; jogar uma partida de voleibol com um general ou um vendedor ambulante, mas estará absolutamente feliz, indiferente às origens de seu vizinho ou parceiro de jogo. É a liberdade, o não-formal, a vida ao natural... é a praia ! Quando comecei a frequentá-la, na década dos 40, Ipanema era muito diferente. Bem, já era linda e cheia de graça como sempre, mas as areias, mais brancas e virgens, faziam aquele barulho característico quando as pisávamos. E abrigavam muitos siris, tatuís e sernambis na faixa molhada além de multidões de joaninhas na parte seca. Havia oásis, com quiosques cobertos de sapê, muitos coqueiros e a vegetação rasteira típica do litoral carioca recobrindo dunas de suave declividade. O Arpoador, uma das principais referências de nossa praia - onde se caçavam baleias com arpões no século XVII – era muito lindo, com mais areia do que hoje e um prédio térreo, cinzento, com uma estação de rádio. Na Vieira Souto, com duas pistas e um canteiro central gramado, pesados bancos de madeira e palmeiras, havia predominância absoluta de casas amplas e luxuosas. Os trajes de banho seriam bizarros para os padrões atuais: os calções masculinos de lã, formato de sunga em tamanho grande, de cores escuras, muito quentes, extremamente incômodos quando molhados (melhor dizendo, encharcados), causadores de assaduras mil; os femininos eram maiôs inteiros, às vezes complementados por saiotes cobrindo a parte superior das pernas, sempre de tecidos pesados e tons escuros. Toucas - geralmente horripilantes - completavam aquela imagem típica dos filmes do cinema mudo. Demorou para passarmos a usar tecidos mais leves e funcionais. Só na década dos 50 chegaram os shorts, as sungas masculinas de nadador e os maiôs femininos de lastex, da Catalina, drapeados, consagrados pela atriz/nadadora Esther Williams e as Misses de todo mundo. Depois vieram os trajes de fustão e outros tecidos, em Ipanema comprados na Casa Alberto, na Futurista ou na Formosinho, para serem fabricados pelas “modistas” – as costureiras mais versáteis da época. Na minha meninice, mesmo na ida à praia, era proibido andar sem camisa nas ruas e obedecíamos cegamente a essa postura municipal, só a tirando ao pisar na areia. Os esportes de praia, além da óbvia natação e do velho remo, eram o futebol, a peteca e o voleibol, coadjuvados pela prática isolada de lutas (livre e capoeira) e exercícios diversos de ginástica (pirâmides humanas e acrobacias como as paradas simples ou em dupla, cambalhotas, saltos-mortais e estrelas). O JORNAL DOS SPORTS promovia torneios de voleibol, sempre de sextetos masculinos ou mistos e o Ipanema Praia Clube - com Isnaldo (vulgo Cabinha), Corrente, Gil (Carneiro de Mendonça) e Rosalvo (gerente do cinema Ipanema, na Praça General Osório) - representava brilhantemente nosso bairro. O futebol de areia começou em Ipanema com um time chamado Atlântico, no qual jogavam o lustroso Misqueti e mais uma vez o Gil, posteriormente grande craque de voleibol e Presidente do Fluminense. O “dono” do Atlântico era o Manoel, gerente da noite do Café e Bar Ipanema (pertencente ao meu pai). Sucederam-se outros clubes pioneiros: AEI (do Dilermando Borges, filho do Dr. Álvaro Borges), Pelicano (da Joana Angélica), Brasil (da familia Fernandes, da Hidro-Electra) e mais tarde o Torino (da família Cabral) e o Lagoa (do Théo Sodré). Joguei nos três últimos. No mar, “pegávamos jacaré” sem ou com prancha, então de madeira (ancestrais do body board e do surfe, surgido em Ipanema) e nadávamos ou boiávamos horas em câmaras de ar de pneus de caminhão, trator ou avião... Quando havia “piscininha” e banco de areia era uma festa para a petizada que estava aprendendo a nadar. Os garotos mais arrojados da Montenegro nadavam para muito além das ondas, até avistar o Pão de Açúcar. Era comum a passagem de arraias de grande tamanho, lentamente, bem na beirinha, assim como cardumes de espécies variadas, caçados avidamente por gaivotas de mergulho certeiro. Quase diariamente, bem cedo, todos ajudavam os pescadores da Colônia do Posto Seis a puxar seu arrastão e quando a coleta era farta, sempre ganhávamos algumas sardinhas como recompensa. Houve um longo período com algo semelhante ao atual “choque de ordem” da Prefeitura e o futebol só podia ser praticado à tarde, em horários definidos. Naquele tempo respeitava-se a autoridade e a proibição perdurou durante anos. O que não era vedado – nem pelos médicos – era pegar sol e dispensar a proteção da barraca. Naquela época, sol fazia bem e protetor solar não existia. Havia, perto do Carnaval, banho de mar à fantasia e no réveillon começavam os rituais de umbanda. Os Postos de Salvamento eram poucos e os “banhistas”, necessariamente excelentes nadadores, não tinham equipamentos auxiliares. No início, suas baleeiras eram movidas a remos e só com muita sorte chegavam ao lugar certo na hora adequada. Logo após a guerra, surgiu um personagem inovador, o Coló, veterano da Força Expedicionária Brasileira (FEB), muito forte e um craque na água, que criou um posto de salvamento de voluntários na Montenegro. Barraca isolada, sinalizada, equipada com bóias, cordas e bandeirinhas, Coló com apito e trajando aqueles cinturões enormes, pelos quais as tais cordas amarradas às bóias passavam em argolas de aço, para serem jogadas aos eventuais afogados e puxadas por nós em um grande mutirão. Alguns comerciantes patrocinavam nosso “pracinha” heroico. Previdente, o posto fazia o treinamento de “botinhos”, salva-vidas infantis e juvenis e eu era um deles, claro ! Ainda menino aprendi as técnicas de salvatagem para valer e ao longo de minha vida consegui ajudar mais de uma dezena de afogados. E sempre me lembrava agradecido do mestre Coló...Durante a guerra, todas as janelas de Ipanema que podiam ser vistas do mar tinham que ficar totalmente tampadas à noite, com um tecido negro opaco, como medida de segurança contra ataques de submarinos inimigos. No dia 8 de maio de 1945, Ipanema acordou bem cedo, às 6 horas da manhã, com os rádios tocando a Marselhesa no volume máximo e foi com um misto de fúria e alegria que nos livramos daqueles panos negros que enevoavam a nossa felicidade. Era o Dia da Vitória, um dos mais emocionantes de nossas vidas. Chegava o após-guerra e o mundo ia mudar dramaticamente. Ipanema inclusive – ou talvez principalmente...

14 comentários:

  1. Muito interessante o seu PAC do Clube dos Sete, a par de todo o contexto do seu BLOG. Quanto mais escreve algo sobre Ipanema, mais belas recordações me afloram. Não sei se conheceu o meu time da praia, pois nenhuma menção foi dada e ele, o PORANGABA. Dele fazia parte entre outros o Jards Macalé (não jogava mais fazia a maior festa), o filho do grande maestro Severino Araújo, cujo nome me foge agora, entre outros bons colegas. Havia também a pelada de domingo junto ao Canal, pelada mais democrática impossível. Dela fazia parte várias classes sociais, mas todos irmanados pela igualdade do esporte, colegas da Cruzada São Sebastião, celeiro de vários jogadores que acabaram indo jogar no Flamengo. Belos tempos, belos dias.
    Voltando ao PAC, o Conselho se reuniu no Quiosque do Gilberto e foi aprovado (decreto já assinado), uma contribuição de R$ 50,00 por participante do Clube, onde esperamos, também democraticamente, que todos exerçam a sua parte. É bem verdade e como todos sabemos vai ser difícil uma adesão total, decidimos então que não haverá caças às bruxas.
    Abraços e valeu meu camarada. Mais uma vez parabéns pelo BLOG.

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  2. Grato, caro Josè Carlos, pelo seu comentário e incentivo. Eu me lembro bem do Porangaba mas na minha memória ele seria de uma geração de clubes "posterior". Mas como coexistiu com o Lagoa, creio que merece ser mencionado. Peço desculpas pela omissão. Você, como bom Ministro da Fazenda (da rede, já aumentou a carga tributária, tentando suplantar o Governo Lula, mas esse é imbatível - é o "cara". Arlindo Lopes Corrêa

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  3. Percebo a alegria que conduz sua mente e suas mãos ao descrever com maestria cenas da infância e juventude. Como sempre foi meu principal incentivador, devolvo-lhe o gesto aconselhando-o a escrever as suas "memórias", que certamente encantarão a todos. En passant, as minhas já as escrevi num livro de 400 páginas, em que narro e descortino pessoas que viveram na Villa Pereira Carneiro. Espero presenteá-lo com um exemplar na primeira oportunidade. Roberto Pimentel.

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  4. Arlindo
    Como você, estou incluído nos "abençoados 10%".Como deves saber , nasci e fui criado também num local privilegiado da nossa orla : Av Atlântica, esquina com Joaquim Nabuco, numa casa de frente para o mar, podendo , portanto, escolher a praia a ser frequentada no dia : Copacabana, Arpoador ou Ipanema.Como podes concluir, uma dúvida "cruel" que eu, meu saudoso irmão Cláudio e o primo Murillo vivíamos nos fins de semana e nas férias escolares.
    Por isso, como não poderia deixar de ser, fiz uma gostosa viagem ao passado lendo o seu primoroso e evocativo texto sobre a Praia de Ipanema.Lembrei-me, perfeitamente, dos torneios do JS que eram realizados em frente à minha casa, na Rede da D Bebê Barreto, patronesse de um dos times participantes o Amendoeira.Pude assistir, em ação,vários jogadores da nossa seleção como por exemplo o Damázio(Everest),o Betinho, Lúcio, Parker,Idácio (Cardeal), bem como os "oriundi" de Ipanema como o Isnaldo e o Corrente.Além disso, tínhamos figuras folclóricas como o Bolonha (Lima e Silva)cronista de turfe famoso à época que morava no Imperator, edifício aonde se instalou o bar Pigalle.Enfim, velhos tempos....belos dias.
    Gostaria de parabenizar o Clube dos Sete pela inauguração do tão sonhado chuveirinho.Lá na nossa Rede, a FIGMAG, em frente à rua Figueiredo Magalhães, já resolvemos esse problema da água há algum tempo, com o auxílio do nosso patrocinador a empresa aérea OceanAir e, por isso, podemos avaliar a alegria dos companheiros aí da Barra após essa conquista.
    Finalizando, concordo com os comentários do Pimentel.Você tem vasta cultura aliada a um talento indiscutível para redigir e escolher assuntos interessantes que sensibilizam os seus leitores.
    Um forte abraço,
    Ronaldo

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  5. Grato aos amigos Roberto Pimentel e Ronaldo Coutinho pelo incentivo ao blog. Ronaldo lembrou da Rede Bebê Barreto com seu time espetacular (Amendoeira), um dos grandes vencedores do voleibol de praia, do qual me lembro muito bem, pois era temível adversário do Ipanema Praia Clube (IPC), pelo qual eu torcia. Muitas vezes fui triste para casa, pois o Amendoeira venceu o IPC. Lembro da casa do Ronaldo e do Claudio Coutinho - nosso técnico inesquecível da Seleção de Futebol - pois era um ponto de referência do bairro. Até poderia escrever minha história, como vocês sugerem, mas não teria talento para torná-la atraente aos leitores, a não ser para amigos de boa vontade como vocês. Arlindo Lopes Corrêa

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  6. Como nasci e sempre morei do outro lado da "poça" e sou muito mais novo do que vocês, só me iniciei no voleibol de praia aos 19 anos (1960). Participei com muito orgulho dos torneios do JS em Copacabana e pude conhecer vários ícones do esporte. Mas tenho um grande achado para todos os amantes da modalidade (diria diversão) que está bem detalhado no volume primeiro da História do Voleibol no Rio. Peço permissão ao Arlindo para ocupar um pouco do seu espaço e deixar consignado. Eis a reportagem do jornal em 1946:
    Volleyball de Praia (JS, 5.12.1946)
    “Considero altamente louvável a iniciativa do brilhante Jornal dos Sports no sentido de tornar fecunda realidade o I Torneio de Volleyball de Praia. Como presidente da Federação Metropolitana de Volleyball solidarizo-me com o vitorioso órgão, augurando franco êxito a esse torneio, que bem demonstra o elevado espírito desportivo do seu patrocinador”. – (palavras de Noéli Correia de Melo, presidente da Federação Metropolitana de Volleyball)

    Seleções Mistas
    Rede “Madame Ciro Aranha” (Ipanema-Leblon) – Iná, Carlos, Dora, Paulo Azeredo, Teresa, Ornani e Chueiri.
    Rede “Madame Vargas Neto” (Copacabana-Urca) – Yvete, Idacio, Irani, Rodolpho, Romacilda, Wellinton, Conceição e Paulo Pinto.

    O Match de Volley Masculino
    Rede “João Lira Filho” (Ipanema-Leblon-Icaraí etc.) – Bicudo, Chrysóstomo, Helio, Gil, Nelsinho, Berni, Klaus e Paulo Azeredo.
    Rede “Rivadavia Meier” (Copacabana-Urca) – Zoulo, Luiz, Damázio, Newton, Isnaldo, Otavio, Idácio, Nelsinho e Luiz.
    Juízes - Dada a importância dos jogos, o árbitro geral escolheu juízes de indiscutível projeção técnica. Assim é que foram escolhidos os professores da A. C. M. José Rothier Jr. e Cássio Rothier Amaral (fiscal) e, como apontador, Ruben P. Céa, escolha recebida com geral apreço.

    (...) Um “ESTADIO” NA AREIA
    Os jogos inaugurais de amanhã, em Copacabana, serão realizados no Posto 4, defronte ao Hotel Londres, onde será armado um “estadio”, com um campo de volley, cuja instalação terá a assistência técnica de Rinaldo Toselli, uma autoridade em assuntos dessa natureza.

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  7. Roberto: espetacular ! Essa matéria do JORNAL DOS SPORTS, do grande Mário Filho (irmão do Nélson Rodrigues), retrata uma época. E faz-me lembrar com saudades de muitos amigos que engrandeceram o nosso voleibol. Meu querido professor e técnico Paulo Azeredo, um dos maiores atletas que conheci, Zoulo Rabelo, Kalil Chueiri (tio da Adélia Maria Koff), Nelsinho, Everest (Damásio), Idácio, Berni, Rodolpho, Isnaldo, João Chrisóstomo, além das moças inesquecíveis como Iná, Yvete, Irani, Romacilda, enfim um verdadeiro Olimpo de grandes atletas brasileiros. E já aparece também o garoto Gil Carneiro de Mendonça, meu amigo de sempre. Roberto: pela amostra seu livro vai ser uma obra imperdível para quem aprecia o voleibol... Avise-me do lançamento. Arlindo Lopes Corrêa

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  8. Em tempo: como observou um leitor que me enviou um email acerca do comentário do Roberto Pimentel, o referido ancião não é "muito mais jovem" que eu e o Ronaldo Coutinho como afirma. Fica porém perdoado porque, como bom jogador de voleibol de Niterói, Pimentel é um autêntico "gato" de além-mar. A continuar remoçando assim, qualquer dia estará servindo de novo o Exército. Arlindo Lopes Corrêa

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  9. Tentei passar desapercebido, mas pelo visto seus leitores estão "antenados" em você o tempo todo. Isso é muito bom, pois significa que seus escritos são consistentes e diversificados, nos instruindo a todos. Fico muito feliz por ser merecedor de sua atenção e comentários. Aliás, vou aproveitar o texto final de um deles (sobre REPETIÇÂO de exercícios) para desenvolver mais um tema. Obrigado. Roberto Pimentel.

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  10. Vamos ver se todos os leitores estão tão atentos quanto àquele que me denunciou. Advinhem de quem é a biografia a seguir: "Nasci a 9 de maio de 1937 na Rua Barão da Torre, 193 – em um quarto que dá para a rua e ainda está lá –, a 300 metros da praia e, portanto, meu grande espaço natural de recreação e convivência social. A Montenegro era meu ponto. Ipanema dos anos 40, selvagem e bela, ruas internas desertas, poucos transeuntes, muitas crianças e adolescentes. Incitava às brincadeiras em grupo e às atividades de caráter esportivo. Foi na praia que travei os primeiros contactos com o voleibol, como espectador. Via os jogos de algumas redes famosas: Ipanema Praia Clube, Amendoeira, Bebê Barreto. Meus ídolos eram o Isnaldo, o Rosalvo, o Corrente, todos de Ipanema. Mas foi no Colégio Mello e Souza, em Copacabana, que comecei a jogar de forma organizada, assim que passei para o curso ginasial, em 1950, pois no recreio o esporte único era o voleibol. Cada dia era uma série, nos 30 minutos disponíveis. Mas meu esporte preferido continuava a ser o futebol, de praia ou de campo. Certa manhã, no início de 1953, esperava que um jogo de voleibol começasse nas areias da Montenegro, mas faltava um, que não chegava e o Corrente me perguntou se eu sabia jogar e pediu que eu levantasse enquanto não viesse alguém. Foi tudo rápido. No fim de semana seguinte, no domingo, fui encontrar dois garotos – que eu já conhecia – e com eles levado pelo famoso técnico Paulo Azeredo, do Fluminense, para treinar no clube. Comecei como levantador e nas férias 1953-1954 cresci muito e virei cortador. Meu pai, proibindo-me de ir treinar futebol em qualquer clube profissional, acabou me destinando definitivamente ao voleibol. Foi ótimo. E ainda dou minhas cortadas de fim de semana..."
    Com certeza poucos saberão dizer. Tentem, terão três chances! Roberto Pimentel
    Roberto Pimentel.

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  11. Arlindo
    Bela pintura de Ipanema seu texto reproduz. Embalado por música,o tempo passa e o presente carrega o cheiro de maresia. A sua coletiva Ipanema. Sei que é assim que gosta de apresentá-la.
    Concordo com o Pimentel,vale um obrigatório livro.
    Para os nascidos praieros dos anos 40, recordando os castelos habitados por tatuís,siris e a floresta de planta verde e
    rasteira, bainha da areia branca,branca...
    Para os filhos,netos que sairam deste seu texto,aprendam os nascimentos e prestem atenção no amor que existe em cada grão desta sua areia.
    Vá em frente.Faça seu dever de casa-você que sempre foi tão estudioso e hoje um mestre.
    Saudações Thereza

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  12. Grato, Thereza, pelo comentário. Acho que me falta "engenho e arte" para um livro. Mas como um meio de deixar registrada uma história da vida cotidiana de Ipanema, do ponto de vista de uma família de imigrantes, talvez servisse para algo meritório. O que eu acharia interessante mesmo era ter um livro com narrativas de outras famílias que lá viveram nos anos 40 e 50. Mas isso fica cada vez mais difícil, pois as pessoas estão desaparecendo...Arlindo Lopes Corrêa

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  13. Se as pessoas perecem, mais uma razão para que deixe seu testemunho. No meu caso, levei aproximadamente seis anos coletando e peneirando quaisquer notas ou comentários, realizei dezenas de entrevistas com pessoas octagenárias que, inclusive, não chegaram a ler o livro. Pelo testemunho de tantos narradores daquelas histórias, tornou-se um momento memorável (pelo menos para elas, protagonistas). Se continuar a pensar deste modo, vou considerá-lo "o mais ancião de todos" (de Ipanema).Roberto Pimentel.

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  14. Arlindo
    seguindo as redes de voleibol e o gostoso ritual da preparação para armá-las cedo do dia iam elas nascendo,mastros das praias.
    Em Copacabana,Posto 6,vem de seu contar nomes tantos- os Imperatos,Lúcio,e a figura fantástica do Átila na Bebê Barreto, que estourava uma cortada em qualquer posição/ e Ligia e Aná, fugida por vezes dos quadrados do leblon - eu me orgulhava de ser sua levantadora predileta nas areias e nos campeonatos do Mello e Souza.
    Viva a vida e o esporte que tanto bem nos faz!
    Saudações Thereza
    SP:obrigada por trazer este tempo.

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