28 de dez. de 2009

RÉVEILLON DO MEIO AMBIENTE EM 2010

FELIZ 2010 ! – 31 de dezembro, final dos anos 40, praia de Ipanema. No início eram poucos e chegavam de longe – dos subúrbios e da Baixada Fluminense, de onde houvesse um terreiro de Candomblé ou um Centro de Umbanda. Vinham de branco, em grupos, contritos e tímidos, um pouco temerosos, talvez. Afinal, a maioria esmagadora das famílias cariocas professava o Catolicismo e o temor de alguma incompreensão justificava-se. Mas eram acolhidos em paz por Ipanema, um espaço da Cidade caracterizado pela tolerância. Eram pobres, mas vinham para uma grande noite e traziam muitos brilhos,enfeites, oferendas, flores, imagens, miniaturas de barcos. À tarde já os víamos por lá, em grande faina, montando os ambientes para o culto, de formas e disposições diversas, mas sempre de frente para os domínios de Iemanjá e a África ancestral. Quanto a nós... Bem, parecia combinado, mas não era... Por volta das 10 ou 11 horas da noite os garotos da Montenegro, da Visconde de Pirajá e das outras ruas, já liberados pelos pais da ceia familiar de praxe, corriam em bandos para aquelas areias muito brancas, das quais conhecíam todos os mistérios. E percorriam a orla para lá e para cá, à busca de novidades. Ouvíamos as rezas, as evoluções, os cânticos, víamos os “passes” das Mães de Santo e até nos surpreendíamos com alguns “transes” mais fortes. Com o passar dos anos, curiosos, os adultos saíram de suas poltronas e sofás, começaram a seguir-nos e gostaram ! O pretexto era “tomar a fresca”, aproveitar a brisa generosa no auge do verão carioca e ver aquela manifestação religiosa cercada de mistério. Alguns de nossos pais, mais entusiasmados, soltavam fogos na chegada da meia-noite e já brindavam o Ano Novo com algum espumante levado de casa. A ida à praia no “réveillon” incorporou-se gradualmente aos hábitos das famílias de Ipanema. Provavelmente tudo ocorreu da mesma forma em Copacabana e no Leblon. Nascia e se desenvolvia, assim, um ritual bem carioca de ir “passar o ano” na praia. Atualmente um evento internacional gigantesco, concentrado em Copacabana para um público cosmopolita de milhões de pessoas, mas que tem ramificações similares expressivas em todas as praias da Cidade do Rio de Janeiro. Mas não nos esqueçamos: começou modestamente e fica na história carioca como herança eterna dos cultos de origens africanas que a garotada bronzeada dos anos dourados acolheu e ajudou a consagrar como manifestação cultural brasileira de importância global.
2.COP 15 – No Brasil e em muitos outros países a impressão já consolidada é de que a COP 15 foi um fracasso. Tive algumas experiências em grandes conferências internacionais e nelas pude sentir as dificuldades em chegar ao consenso sobre qualquer questão. Na verdade, pensando bem, o mundo é ainda a velha Torre de Babel, cada qual falando uma língua diferente. E continua sendo também uma grande Arca de Noé, tripulada por bichos e interesses de todas as espécies. Por azar – sejamos realistas - a COP 15 aconteceu quando o Presidente Obama tinha só uns poucos meses de Governo, o que inibiu seus possíveis voos mais ambiciosos. E seu papel, claro, era fundamental...
3. AFINAL VALEU A PENA - Harald Hellmuth, meu colega da Escola Nacional de Engenharia que entende do assunto, fez seu balanço da COP 15: “A conferência de Copenhague terminou sem alcançar nenhum dos resultados mais esperados: metas compromissadas de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE), pelo menos dos países desenvolvidos, e uma garantia de ajuda financeira aos países mais pobres. Nem os alertas de cientistas, nem a pressão da opinião pública ajudaram os Chefes de Estado presentes a encontrarem um consenso que fosse aceitável por todos os 193 países participantes. Foi tudo em vão ? Além dos condicionamentos resultantes das percepções terceiro-mundistas e dos procedimentos equivocados do encaminhamento das conversações, a consideração dos reais potenciais de contribuição de cada participante e das condicionantes a que estão submetidos precisavam ser considerados, tanto na formação de expectativas realistas como no encaminhamento de negociações. Quanto aos EUA, existe o potencial de transformar sua matriz energética, hoje fundamentada em carvão e petróleo, numa matriz com predominância das energias eólicas e solares, inclusive nos transportes, com a adoção dos acionamentos híbridos, num prazo de 15 a 20 anos (vide Plan B3.0 de Lester Brown). Mas atualmente a legislação e a estrutura fiscal ainda não estão adequadas e os empreendimentos resistem; num regime democrático o governo não pode adiantar compromissos não apoiados pelo Congresso. A China está empenhada em resgatar da pobreza centenas de milhões de cidadãos, através de um inédito esforço de industrialização e de urbanização, que a projetou para a posição de maior poluidor – não só – atmosférico. Todavia, a China desenvolve enormes esforços para aumentar a eficiência energética da economia, executa um ambicioso programa de usinas eólicas, é o maior fabricante global de painéis fotovoltaicos e de captação de energia solar para aquecimento, além de estar realizando um programa de reflorestamento em extensas áreas. A condição de regime autoritário favorece esta espantosa mobilização, mas também explica a aversão a inspeções em seu território. Atualmente, pode ser ainda impossível prever o momento em que os esforços de mitigação resultarão numa redução das emissões. A Índia apresenta condições semelhantes às da China. Com os países maiores poluidores incapacitados de se comprometer com metas, as expectativas e as programações para a COP 15 foram ilusórias. Todavia, o impasse induziu uma evolução das percepções que se materializa no texto final, que estabelece que os países deverão providenciar “informações nacionais” sobre de que forma estão combatendo o aquecimento global, por meio de “consultas internacionais e análises feitas sob padrões claramente definidos”. Esta formulação encerra o potencial de modificar de forma radical a continuação das tratativas, pois focaliza as ações devidas por cada parte e a prestação de contas diante da comunidade internacional. Caso esta reorientação se confirme, a COP 15 não foi em vão. Reconhecer-se-á então, que a conferência produziu um passo imprescindível na direção da mobilização das sociedades pelo Desenvolvimento Sustentável, ou seja, pela solução simultânea dos problemas ambientais, sociais e econômicos.” HARALD HELLMUTH

23 de dez. de 2009

A CARTA QUE MUDOU A MINHA VIDA

1. LINCOLN GORDON – Morreu Lincoln Gordon, um “scholar” renomado da Universidade de Harvard que foi Embaixador dos Estados Unidos no Brasil nos anos 60. Conheci-o. Era um gentleman, inteligente e culto, que amava o Brasil. Eu trabalhava na CONSULTEC quando Lincoln Gordon indicou nossa empresa ao Harvard Center for International Studies para que coordenássemos a elaboração de 14 monografias sobre a economia brasileira. Fui indicado para escrever sobre “EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NO BRASIL” (1963). Assim que acabei meu trabalho, Mário da Silva Pinto, Sócio-Gerente da CONSULTEC, enviou os originais a Lincoln Gordon que escreveu uma carta elogiosa e a partir daí minha vida profissional deu uma guinada e dediquei-me durante muitos anos à educação.
2.GLOSSÁRIO DA SUSTENTABILIDADE - Na COP 15 distinguia-se sempre os dois tipos de ação passíveis de desenvolver em favor da sustentabilidade como sendo ou a mitigação ou a adaptação. Fazendo uma analogia, eu diria que a mitigação seria a Medicina Preventiva enquanto a adaptação seria a Medicina Curativa. Harald Hellmuth esclareceu-me que:
a) Mitigação: são ações que objetivam a redução da concentração de gases causadores do efeito estufa - GEE - na atmosfera. Compreendem:
- A redução do consumo de energia, por exemplo através da utilzação de lâmpadas econômicas ou LEDs na iluminação e aparelhos elétricos com maior eficiência.
- A redução de emissões por exemplo na geração de energia, por exemplo substituindo a geração por usinas termelétricas a carvão por geração eólica e solar e os acionamentos feitos a motor a gasolina por acionamentos híbridos, de preferência com etanol e elétrico com alimentação por tomada. No caso do Brasil, principalmente pela terminação dos desflorestamentos.
- O aumento da capacidade de sequestro de CO2 através do florestamento e do reflorestamento.
b) Adaptação: são ações que objetivam a acomodação a efeitos causados por mudanças climáticas inevitáveis. Exemplo:
- Aumento dos diques na Holanda.
- Desenvolvimento de espécies vegetais reistentes a temperaturas mais altas e a menor índice de pluviosidade.”
3.CHILE NA OECD – O Chile vai ingressar no grupo seleto de países-membros da OECD. Na mesma notícia, ouvi perplexo que o Brasil também foi sondado mas não aceitou, pelo fato de que o ingresso no órgão pressupõe a obediência a certas normas e que o Brasil não iria se submeter etc etc. A OECD é a organização internacional de maior competência que conheci ao longo de minha carreira profissional, com muitas passagens pelo exterior e contacto com Agências da ONU, OEA etc. A OECD é um dos bastiões da luta contra a lavagem de dinheiro e a corrupção. Será que a recusa de transparência por parte de nosso Governo tem alguma relação com esse campo de atuação da OECD ?
4.PROMESSA NÃO CUMPRIDA - Lula disse na mensagem natalina que em seus 7 anos de Governo foram gerados 12 milhões de empregos. Não é verdade ! E o pior: ninguém desmente ! Incompetência ou cumplicidade ?

21 de dez. de 2009

Mídia Amestrada, Avaliações Imobiliárias e Pensões Miseráveis

1. GANHANDO NA MANCHETE – Quantas e quão ricas lições podemos extrair da observação de nossa mídia ! Durante 5 anos mantive uma coluna sobre voleibol, aos domingos, no “CORREIO DA MANHÔ. Não ganhava nada, era jogador do Fluminense e escrevia por amor ao voleibol e à verdade, produto que era muito escasso no setor. Mas aprendi muita coisa interessante, nas entranhas da redação e das rotativas. Semana passada deparei com a estrondosa manchete de primeira página, na edição dominical de um típico jornal do Brasil atual: “BANDA LARGA CRESCE 75%”. Logo abaixo fica-se sabendo que isso ocorreu no breve intervalo de três anos, entre 2005 e 2008. Fenomenal, vitória nacional, ponto para o Governo Lula ! – pensei de imediato. Vai–se ler a matéria e a constatação é de que, em verdade, houve uma melhoria pífia nos nossos ridículos índices digitais. A percentagem de computadores do País com esse acesso mais civilizado era de 20% do total e passou a 35%. Saímos do quarto mundo e adentramos vitoriosos o terceiro mundo. Só isso. Mas quais os significados dessa singela manchete ? - “Tá tudo dominado !”
2. O PODER DAS MASMORRAS - Qualquer ofício tem seus truques - é claro – e a maioria pode servir tanto a Deus quanto ao Diabo. O artifício jornalístico descrito acima chamava-se outrora “ganhar na manchete”. Frutificou na ditadura de Vargas e era muito praticado pelos militantes comunistas nos momentos de maior repressão. O Partidão, na ilegalidade, tinha muitos adeptos nas máquinas e naquela época, para acertar a paginação, otimizar os espaços disponíveis, muitas manchetes eram colocadas nas oficinas, já no momento de rodar o jornal. Caso o articulista ou repórter escrevesse matéria de interesse da “célula vermelha” local, lançava-se mão do “mancheteiro” providencial que lá nas oficinas usava sua criatividade à larga e podia até distorcer totalmente e contradizer a notícia. Partia-se do pressuposto – correto até hoje – que a maioria dos leitores só olha as manchetes. Mais recentemente, os computadores acabaram com a festa e aquela manchete cabulosa só pode ser obra da redação ou da própria direção. Esse mesmo jornal manifestara, há alguns meses, a disposição de vender seus ativos. A partir daí suas edições foram ficando “magrinhas”, anêmicas mesmo e seus conteúdos cada vez “circulares”, aquele tipo de matéria sem rumo definido, que não diz nada, o que antecipa mudança de orientação política. A seguir, a publicidade voltou a “pintar” e as verbas vão chover grosso na horta do plutocrata jornalístico ! Ponto para os Goebbels de plantão... Mais um que está “dominado” ! Daqui a pouco só restará a Internet aos homens livres para que manifestem suas ideias...
3. SÓ PARA ENGENHEIROS – Leitores perguntam sobre a avaliação de imóveis. Os três métodos mais comuns são: A) Método da Reposição ou Reprodução, no qual se calcula quanto seria necessário gastar para construir um imóvel igual ao avaliado, efetuando-se a seguir a diminuição de uma depreciação que é função da idade do imóvel e de outros fatores construtivos como o estado de conservação. O problema é que com a metástase urbana sobreveio um tipo adicional de depreciação, com grande volatilidade e de difícil mensuração, envolvendo fatores psico-sociais – sensação de insegurança, temor da violência, deterioração das posturas urbanas (camelôs, população de rua, vias usadas como dormitórios e banheiros etc). B) outro é o Método da Renda, que avalia o imóvel conforme a receita que é capaz de gerar, a partir do retorno dado pelo seu aluguel. Esse método também não se aplica mais universalmente, pois o valor potencial do aluguel não é um dado suficiente para definir a renda obtida no médio e longo prazo. Em áreas conflagradas, a rotatividade e inadimplência dos inquilinos são elevadíssimas (os imóveis ficam vagos por longos períodos, obrigando proprietários ao pagamento dos tributos e encargos condominiais). O rendimento é incerto. C) O terceiro é o Método Comparativo, em que o valor do imóvel é obtido cotejando-se suas características com as de outros similares que estão sendo negociados no mercado. Os dados daí derivados não permitem uma avaliação perfeita do imóvel que esteja imerso em um ambiente de violência urbana. É preciso acompanhar as oscilações dos valores de mercado ao longo dos últimos anos e, o que é mais difícil, conhecer sua sensibilidade (em outras palavras: sua desvalorização) a eventos de violência ocorridos na sua área de influência. Aferida essa sensibilidade (à bala perdida que mata/fere o transeunte ou o morador; ao assalto ao idoso; ao latrocínio; aos enfrentamentos entre traficantes e policiais etc) é indispensável usar o cálculo de probabilidades para saber com que freqüência se deve esperar que esses eventos venham a repetir-se no futuro, desvalorizando progressivamente o imóvel. Nada simples... 4. APOSENTADOS AO MAR – Aposentado do INSS em janeiro de 2000, minha pensão subiu apenas 99,66% desde então, enquanto o salário mínimo subiu 241,91% no mesmo período. Em outras palavras, ganho hoje 58% do que seria justo – pouco mais que a metade. Mas agora vem a eleição e Lula vai enganar os velhinhos, dizendo que nos dará 6% de aumento, uma porcentagem maravilhosa, maior que a inflação ! Acontece que o salário mínimo vai subir 9% ou 10%, aumentando a defasagem. Nessa hora os sindicalistas - defensores dos trabalhadores, lembram ? - se calam, porque o deles está garantido... Nivelar por baixo é o lema do Governo Lula... Menos para a turma do PT, todos ganhando 10, 12 ou 14 mil reais por mês com os impostos suados que nós pagamos.

18 de dez. de 2009

EMPREGO, EOLO, DOPING, UPP, VARGENS

1. CAGED - Em novembro de 2009 foram gerados 246.695 empregos formais no Brasil e o acumulado do ano chegou a 1.410.000. Esse resultado fica 30% abaixo dos 2.107.000 postos de trabalho conseguidos em 2008 para igual período. Como dezembro é um mês em que o setor produtivo perde empregos, o ano de 2009 fechará com saldo de 1,1 a 1,2 milhão, resultado pior que em 2008. Deve-se lembrar que o Brasil deveria criar anualmente 1,8 milhão de empregos para os jovens que chegam ao mercado de trabalho. Notícia ruim, também, é que a Indústria de Transformação não manteve a reação esperada e de janeiro a novembro de 2009 criou apenas 177 mil postos de trabalho contra 452 mil em igual período em 2008. Tal fato indica que o PIB de 2009 deve diminuir quase 0,5% e nossa renda per capita cairá 2%, o que não é nada desprezível. Ficamos mais pobres mesmo pegando só a “marolinha” da crise mundial.
2. VAMOS CHAMAR O VENTO... – Harald Hellmuth escreveu-me festejando o sucesso do leilão da energia eólica brasileira e lembrando “que as usinas hidrelétricas não conseguem aproveitar integralmente a capacidade instalada durante o ano todo, devido à variação da vazão dos cursos d'água. Assim, geração eólica e hidrelétrica são complementares. E há mais vento quando as vazões hídricas são menores ! Portanto, além de somar-se à oferta de energia, as turbinas eólicas contribuirão para reduzir as variações de oferta. O impacto ambiental deve ser o mais baixo de todas as fontes, ao lado da co-geração com biomassa, como se pratica nas usinas de açúcar e álcool e nas indústrias de papel e celulose. Nos Estados Unidos, como na China e na Alemanha já existem capacidades instaladas de energia eólica de 30.000 MW, que estão substituindo usinas a carvão. Diante do potencial eólico brasileiro de 140.000 MW, seu status atual como energia apenas de reserva deverá ser superado. Além disso, como não haverá disponibilidade fabril no exterior para suprir toda a demanda global por turbinas eólicas, a fabricação no Brasil é necessária, existindo mesmo certa margem para exportação. Com a acumulação de experiência e maior escala, os custos tenderão a baixar. As instalações de pás nas regiões marítimas têm custo mais alto, mas também maior produção. Incentivos à geração eólica poderiam amenizar as desigualdades regionais, favorecendo áreas deprimidas do Nordeste.” HARALD HELLMUTH
3. DOPING - Os dopantes mais potentes usados no desporto têm margens de detecção muito curtas. Estão nesse caso a eritropoietina (EPO), a testosterona e o hormônio de crescimento (hGH). Por esse motivo, quanto mais testes anti-doping forem realizados fora das competições, mais eficaz será a detecção do doping. A aleatoriedade dos testes tira a margem de manobra dos atletas que usam o doping e de seu pessoal de apoio. As estatísticas comprovam essa realidade. Doping é crime e pode matar o atleta e o esporte !
4. O CUSTO DAS FAVELAS – Notícias sobre o mercado imobiliário dão conta de uma grande valorização recente dos imóveis nas Capitais do Rio de Janeiro e São Paulo. Creio que esses dados estão muito influenciados pelos avanços feitos no campo da segurança. Em São Paulo, ultimamente, os índices gerais de criminalidade caíram muito. No Rio, depois da implementação do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), áreas que haviam se desvalorizado pela proximidade com favelas estão se revalorizando. Embora não se saiba ainda em que medida serão recuperados os antigos valores dos imóveis no entorno das favelas em que o tráfico está sendo expulso, a revalorização começa de imediato. Meus colegas engenheiros que fazem avaliações estão tendo mais trabalho, porque os paradigmas do mercado imobiliário foram quebrados no Rio de Janeiro. Os agentes econômicos tomam suas decisões com base em três atributos inerentes aos diferentes investimentos: segurança, liquidez e rentabilidade. O imóvel é tradicionalmente uma opção de baixa rentabilidade, liquidez média e segurança elevada. No Rio de Janeiro a metástase urbana, causada pela expansão das favelas, seu surgimento repentino em pontos inesperados e até recentemente sem repressão, retirou do investimento imobiliário essa sua característica mais apreciada: a segurança.
5. VENEZA CARIOCA - O Prefeito Eduardo Paes tem, neste momento, uma grande oportunidade de evitar que uma linda área do Rio de Janeiro sofra um colapso semelhante ao que está ocorrendo no Jardim Pantanal da Capital paulista. A enorme população daquela região paulistana, ao lado do Rio Tietê, está literalmente submersa há vários dias e o problema parece irreversível. O Prefeito do Rio tem em suas mãos o PEU aprovado na Câmara dos Vereadores para Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande e Vargem Pequena, permitindo que os bairros sejam efetivamente urbanizados, de acordo com conceitos modernos e que evitarão as enchentes que a favelização da região determinará forçosamente se não for detida a tempo. As Vargens podem ser o Pantanal Carioca ou a Veneza Carioca - o Prefeito vai escolher !

14 de dez. de 2009

BRASIL MAIS POBRE, FAVELAS MAIS CARAS

1. DECEPÇÃO - O PIB brasileiro do 3º. trimestre de 2009 foi decepcionante, muito abaixo do que apregoavam as autoridades do Governo. Teria sido melhor se, em vez de usar a retórica do palavrão, Lula tivesse investido em Saneamento Básico, para tirar o povão da vala negra e ainda aumentar o nosso magro PIB. Mas não ! O dinheiro vai todo para despesas correntes, para pagar milhares de petistas e sindicalistas, parasitas que sobrevivem nas tetas do Governo, além de servir para subsidiar o MST. Este sim... teve sucesso e prejudicou bastante o agronegócio: o PIB de nossa Agricultura caiu 2,9% no trimestre. Com esse resultado, o Brasil ficará mais pobre em 2009, pois o PIB pode cair cerca de 0,4%. E o povo brasileiro terá sua renda per capita reduzida em mais de 1,5%. Êta “marolinha” cara ! E o Governo...Bem, vai dizer que 2010 será um ano maravilhoso!
2. LIXÔMETRO E LUXÔMETRO – Criativa e elogiável a ideia do Prefeito Eduardo Paes, encarregando a COMLURB de medir, comparativamente, a sujeira que os cariocas depositam em seus bairros, para depois premiar, com obras, os locais que mais economizarem com a diminuição de seu lixo. Péssima, porém, a poda de árvores que a mesma COMLURB está fazendo no Jardim Oceânico nos últimos dias, exatamente quando há muitos ninhos com filhotes, sacrificados pela incompetência da Prefeitura. Isso, quando o mundo está discutindo a sobrevivência no planeta. Afinal, se legislação brasileira protege a fauna silvestre, pode um órgão público matar impunemente toda uma geração de pássaros ? Pior que isso só essa ameaça de cobrar mais pela nossa pobre iluminação, usando argumentos que aprendeu com seu sucessor, mestre da meia-verdade, já agora ambos exploradores do desconhecimento do povo acerca dos meandros da legislação financeira em vigor. Responsabilidade fiscal ? Apague os lampiões acesos durante o dia, Prefeito, ou vamos instalar o seu LUXÔMETRO e cobrar-lhe o desperdício!
3. LAMARTINE - A Universidade Gama Filho, juntamente com a Universidade do Esporte de Beijing e com o apoio do Comitê Olímpico Internacional, está lançando (em 17/12) o livro “Olympic Studies Reader”, coordenado pelos professores Lamartine Pereira da Costa e Ren Hai, contendo uma valiosa contribuição de 86 especialistas de cinco continentes ao campo dos Estudos Olímpicos. Lamartine trabalhou comigo no IPEA, onde elaborou o Primeiro Diagnóstico de Educação Física e Desportos no Brasil e depois no MOBRAL, sendo o responsável pela estruturação administrativa da instituição e sua capilaridade nacional. O MOBRAL, é bom lembrar, foi a primeira organização brasileira a ter presença em todos os Municípios brasileiros.
4. PAUL SAMUELSON – Aprendi desde cedo que quem domina um assunto é capaz de escrever sobre ele com clareza, mas quem apenas finge saber...bem...escreve difícil, incompreensível. Samuelson escreveu um livro cristalino sobre “Economia: Uma Análise Introdutória” que toda minha geração que queria aprender a matéria leu com prazer. Seu Prêmio NOBEL de Economia foi merecidíssimo.
5. O CUSTO DAS FAVELAS – Rua Djalma Ulrich. Bem em frente, na praia, ficava o campo do Huracan, o segundo time pelo qual joguei futebol em Copacabana. Formado principalmente pela garotada que morava no Edifício Andraus (na Avenida Nossa Senhora de Copacabana) e na própria Djalma Ulrich, rua chique, que tinha um edifício outrora muito bonito e valorizado, que encantava pelo aspecto austero e pela área externa ampla. A última chuva atolou-o com uma incrível montanha de lixo que caiu da Favela Pavão-Pavãozinho e alcançou o leito da rua e suas calçadas. Desvalorizou ainda mais os imóveis da área. O evento caracteriza bem a metástase urbana causada pelas favelas cariocas. As autoridades fluminenses - e especialmente as cariocas - deveriam repensar a realidade da favelização e mirar-se em sua evolução histórica. Poderiam surpreender-se e concluir que a política de remoção de favelas do Governador Carlos Lacerda estava certíssima. Quanto mais o tempo passa, mais fica evidente a justeza do raciocínio que embasava a ação daquele Governador. A favela, mesmo pequena, já é um fator de imediata desvalorização de todas as propriedades das vizinhanças. Em seu território não há arrecadação, as tarifas são sonegadas e vão recair injustamente sobre os demais habitantes da cidade que são bons pagadores. A partir de certo tamanho, a favela vira um território em que o Estado perde toda sua autoridade para meliantes e criminosos de todos os matizes. Claro que lá moram muitas pessoas de bem, mas elas não controlam a situação, exatamente por serem pessoas de bem. Os bandidos imperam, mandam e desmandam, são “senhores de cutelo e baraço”, assediam e transviam jovens, ditam as leis para o comércio legal das redondezas e promovem o comércio mafioso e ilícito. Quem reagir, morre. Tudo isso tem um custo elevadíssimo. Por outro lado, alguém deveria analisar o impacto econômico positivo da remoção, por Lacerda, da Favela da Catacumba, na Lagoa ou da Praia do Pinto, no Leblon, que acarretaram: valorização dos terrenos onde era a favela; valorização dos imóveis nas suas vizinhanças; impacto dos investimentos atraídos para o local em termos de emprego e renda; aumento da arrecadação tributária por força dos fatores citados; redução das taxas de criminalidade, mortalidade, morbidade e consequentemente das despesas com segurança, saúde e saneamento na área de influência da favela. Pode-se até ir mais longe, porque tais remoções recuperaram para a Cidade um trecho belíssimo do Rio de Janeiro, com grande impacto no turismo, pois a circulação em volta da Lagoa Rodrigo de Freitas não seria possível sem a ação mencionada. Assim como as instalações dos esportes olímpicos do Flamengo não estariam lá. Hoje, estão perdidos para as favelas e mais a constelação de problemas que elas acarretam, locais outrora maravilhosos do Rio: o Alto da Boavista e seu parque; Grajau, Tijuca e suas florestas; os rios e lagoas do Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande, Vargem Pequena e o entorno das Lagoas da Barra da Tijuca; partes importantes de Ipanema, Copacabana e Leme, e muitos outros espaços de beleza natural invulgar, inclusive áreas de preservação ambiental. Isso não tem preço !

7 de dez. de 2009

O QUE SERIA DE BOM TOM NA COP 15

1. 15 ANOS FORA DE TOM – No começo, para a garotada da Montenegro, ele era uma “figuraça” que chegava na praia quando já ia anoitecer e nosso “racha” de fim de tarde estava acabando. Depois, disse-nos o Juquinha, baterista talentoso com físico de jóquei, que ele era músico e que tocavam juntos no Beco das Garrafas. A manicure de minha mãe, irmã do Newton Mendonça, confirmou: os dois eram parceiros musicais. Quando Tom Jobim começou a frequentar o nosso Veloso (o nome era Bar Montenegro, mas o dono se chamava Veloso) descobrimos que ele era um tremendo “boa praça”, que conversava muito conosco, uns 10 anos mais novos do que ele. E como não éramos dos meios artísticos, Tom nos dizia coisas que provavelmente não falaria aos do seu “metier”. Sempre coisas positivas: parecia eternamente de bem com a vida e com o resto da Humanidade – essa, a impressão mais forte que tenho do Tom. Um dia ele me perguntou, afirmando ao mesmo tempo: “vocês, jovens, não gostam de música brasileira, não é ? Vocês gostam só de música americana, mas eu vou criar um som que vocês todos vão gostar...” Palavras proféticas. E lá veio a bossa nova, sucesso na minha geração. Sucesso no mundo todo. Depois que casei, só ocasionalmente passava pelo Veloso. Tom começou a viajar mais e nosso contacto acabou. Em 1993 nos reencontramos algumas vezes no Plataforma, juntamente com o Walter Clark. O doce Tom dá saudades aos amigos, mas seu gênio faz falta principalmente à música brasileira, pois o que está por aí é muito pobre e seu talento poderia revigorá-la.
2. MAIS VALE PREVENIR... – Tom Jobim, amante da Natureza, nos diria, em sua sabedoria, que pouco importa se o aquecimento global é obra ou não da ação do homem. Temos que deixar de ser predadores do planeta e esse é um imperativo ético, estético e da razão que está posto agora, na COP 15. O engenheiro Harald Hellmuth, muito a propósito, mandou-me um texto intitulado “Visão e projeto para a Amazônia no contexto da Sustentabilidade”, com oportunas considerações que transcrevo: “A COP 15 tratará das Mudanças Climáticas decorrentes do aquecimento global da atmosfera e dos mares, que está sendo induzido pelo aumento da concentração dos gases causadores do efeito estufa (GEE) na atmosfera, em consequência, principalmente, da liberação do carbono fóssil pela combustão de carvão mineral e petróleo. Não é difícil entender que o aumento da concentração de GEE será anulado quando as emissões forem equivalentes à capacidade da natureza de eliminar os gases produzidos, seja por destruição, seqüestro na fotossíntese ou por outra via. Para tanto, a Humanidade detém uma série de recursos e abordagens, dos quais se destacam: o aumento da eficiência energética na produção de bens e serviços de sua necessidade; a redução de consumo de energia nos prédios e transportes; a utilização de fontes renováveis, que não geram emissões ou que reciclam o carbono pela substituição dos combustíveis fósseis, e o aumento da capacidade de seqüestro de carbono. Simultaneamente às questões da Sustentabilidade Ambiental, na qual se situam os problemas do clima, a Humanidade precisa solucionar - com igual ou até maior urgência - o problema da miséria de numerosos contingentes da população. Caso as emissões causadas pelo aumento do consumo das populações resgatadas da miséria não sejam compensadas por medidas suficientemente enérgicas de redução e seqüestro de emissões no âmbito global, o equilíbrio da concentração de GEE na atmosfera não será atingido. Por outro lado, a Sustentabilidade Social implica na integração dos contingentes pobres no processo produtivo, aspecto que não consta diretamente na pauta da COP 15. Cada sociedade participante da conferência vê as questões em pauta a partir de suas próprias necessidades e de seus potenciais da ação. O foco nos limites de concentração e nas correspondentes metas de reduções globais de emissões em relação ao nível de 1990, formulados pelo IPCC, representa a grande inovação indutora de uma convergência. Apesar das evoluções das percepções provocadas pela iminência da Conferência, ainda persistem receios sobre conseqüências econômicas, resistências de interesses alicerçados nas estruturas existentes, preconceitos ideológicos e mesmo simples incompreensão da natureza das tratativas, diferente de uma negociação comercial. Ainda não é generalizada a percepção que os debates versam sobre a responsabilidade pelas condições de sobrevivência da Humanidade, não existindo condicionamentos reflexivos das ações que cada parte deveria empreender voluntaria e soberanamente. Ocupando o Brasil a quarta ou quinta posição entre os maiores poluidores da atmosfera apenas por conta dos desmatamentos, em particular da Amazônia, mas também do Cerrado, é certo que as florestas estarão no foco das discussões sobre suas metas e compromissos. Diante desta expectativa, a posição oficial evoluiu para uma proposição de metas aparentemente consonantes com valores defendidos pelo IPCC, embora divergentes quanto à base de referência, e prevendo uma redução dos desmatamentos em 80% até 2020 em comparação aos ocorridos em 2005. Por enquanto, passa despercebido que o critério de referência “business as usual” (BAU), empregado na quantificação de medidas de redução de emissões em sociedades industrializadas, não é aplicável às florestas e às metas brasileiras, pois elas se esgotam no desmatamento, extinguindo-se suas contribuições para a estabilidade do clima. Na verdade, o Brasil procura minimizar os compromissos a serem assumidos, praticando táticas de negociação convencional, equivocadas em relação à causa em pauta. Outra aspiração dos negociadores brasileiros é obter subsídios financeiros de sociedades desenvolvidas para prevenir os desmatamentos. Compreende-se que o Governador do Amazonas procure amealhar recursos financeiros. Mas não estaria ele equivocado? As sociedades desenvolvidas precisam investir na redução mais rápida possível de emissões e não em "compensações". Por outro lado, a China demonstra que a redenção social de numerosos contingentes rurais - e florestais - pobres está no oferecimento de ocupação com mais alta produtividade em regiões urbanas. Mas não existe ainda no Brasil sequer a idéia de um projeto para a formação de cidades industriais na costa atlântica da Região Norte. As indústrias verdes lá estabelecidas seriam supridas a partir de grandes áreas reflorestadas, hoje degradadas, que seqüestrariam carbono no seu crescimento. O reflorestamento também ocuparia um número considerável de famílias. As populações da floresta migrariam voluntariamente para sítios que oferecessem melhores condições de conforto. O esforço do Poder Público, de proteger o patrimônio florestal da nação, ficaria em muito facilitado. Não depende de recursos estrangeiros, que não são asseguráveis num prazo dilatado. E convenha-se que argumentações de “desmatamento evitado” em relação a atos de truculência aventureira têm base absolutamente frágil. Da baixa contribuição da indústria, da geração de energia, dos transportes e dos prédios nas emissões de GEE do Brasil – no total cerca de 20% - em contraste com os países desenvolvidos, com grande participação de carvão nas matrizes energéticas e necessitados de aquecimento durante o inverno – onde perfazem o total das emissões - resulta que o Brasil está em condições singulares de rapidamente reduzir as emissões com custos comparativamente baixos. Basta terminar os desmatamentos, responsáveis por cerca de 55% das emissões do Brasil. A percepção de que os desmatamentos são desnecessários para o desenvolvimento econômico e que não contribuem para a mitigação da pobreza apenas começa a aflorar. Mas a sociedade não se indigna com o fato de que os desmatamentos significam apropriação clandestina do patrimônio nacional a cuidado do Estado para conversão em pastagens e lavouras particulares. Constata-se, portanto, que a sociedade brasileira ainda não amadureceu uma percepção das suas potencialidades singulares no contexto do Desenvolvimento Sustentável e da falta de conflito entre interesses por melhor bem-estar geral e as responsabilidades diante da comunidade global. Tal conscientização teria de resultar no abandono de crenças e hábitos tradicionais, principalmente por parte dos formuladores de estratégias e políticas públicas, cujas percepções difusas explicam as atitudes preponderantemente defensivas e oportunistas na preparação para a COP.” HARALD HELLMUTH

4 de dez. de 2009

ENGENHARIA BRASILEIRA, FUTEBOL SEM OXIGÊNIO

1. POLÍTICA E ENGENHARIA - Carlos Henrique Villela, profissional muito atuante, foi meu colega na Escola Nacional de Engenharia e enviou sua opinião sobre problemas atuais da profissão e do nosso País. Especialmente enfatizando a falta de qualificação dos trabalhadores e o despreparo dos políticos que mandam no Brasil. Eis seu texto: “Tanto o artigo do nosso colega Carlos Roberto Santos Moura (vide texto anterior do meu blog intitulado “PLANEJAMENTO SEM IPEA”), quanto a sua complementação, retratam a preocupação de nossa geração, que iniciou a vida profissional com JK. O lapso de investimento em infraestrutura da era pós-JK resultou em prejuízo inominável, com a perda de memória da técnica em Engenharia. Trabalhei 30 anos em Grandes Estruturas, conseguindo a formação de somente três Mestres de Obras competentes que, além de outras virtudes, fossem capazes de evitar colapsos como o ainda recente acidente na Linha Amarela do Metrô de S. Paulo. Considero que essa formação tem um custo bastante razoável, comparado ao sacrifício de muitas vidas perdidas em acidentes do aprendizado. Diria mesmo que um Mestre de Obras competente representa mais que 70% da segurança da obra. Lembro que a importância maior da nossa ação (do Engenheiro) se desenvolve ANTES da obra: em projetos e planejamento. Hoje, dificilmente se encontrará na praça um bom Mestre de Obras ou Encarregado (de forma ou de armação) pois, após longo período de falta de emprego (de obras), viraram agricultores ou pequenos comerciantes. Daí, como consequência, a obra do Metrô que citei ter sido dividida por cinco das maiores empreiteiras do Brasil, capazes, cada uma delas, na era JK, de contratar muito mais que o trecho sinistrado. Mas vejo que entramos na ERA DE CONSAGRAÇÃO DO POPULISMO, que se espalhou por toda a America Latina. Nossa geração presenciou a degradação da Argentina com o Peronismo e o nosso atraso com o Getulismo, como exemplos mais próximos. Hoje, vemos o nosso grande Lula monitorado pelo Hugo Chavez - que está conseguindo destruir a Venezuela, apesar da potência econômica promovida pelo petróleo. Para mim, isso é um ranço do COLONIALISMO. Deixamos de ser colonizados por Portugueses e Espanhóis para o ser pelos Políticos, que a população elege como TUTORES e não LIDERES. A DIFERENÇA está na proposta: o LIDER diz "VAMOS COMIGO" enquanto o TUTOR diz "DEIXA COMIGO". Isso explica a passividade da população latina, permitindo a proliferação dos atuais Títeres, achando que é isso mesmo, que não tem jeito. Assim, concordo: REALMENTE NÃO TEM JEITO. Desculpe o desabafo sobre um assunto que há muitos anos me incomoda.” Carlos Henrique Villela 2. VISÃO DE ENGENHEIRO-ECONOMISTA – Carlos Henrique, que se formou comigo em 1960, tem razão quanto ao marasmo que acometeu o País de 1960 até 1964, período no qual pouco se investiu e no qual predominou a politicagem. Um visível contraste com a realização do dinâmico PLANO DE METAS do Governo JK e a construção de Brasília (1955-1960). Mas após a Revolução de 31 de março de 1964, na minha visão de engenheiro-economista, veio a compensação, com enormes investimentos em infraestrutura, como jamais se fizera antes – em rodovias, hidrelétricas, saneamento, habitação popular e de classe média, instalações portuárias etc. A infraestrutura construída no período militar é praticamente a que temos ainda hoje, porque desde então também pouco se investiu, principalmente nos últimos 15 anos, período em que nossa infraestrutura viveu de remendos ineficazes. Ainda bem que ultimamente a construção civil conta com um novo programa habitacional - uma boa iniciativa do Governo Federal - que tem garantido o renascimento do setor e uma ponderável criação de empregos.
2. INTRUSOS NO CAMPO DE FUTEBOL – a) A FIFA tem que tomar providências urgentes contra dois tipos de intrusos que atualmente assediam os campos de jogo. Primeiro, torcedores que invadem o campo, qualquer que seja seu intuito, têm que ser severamente punidos nos foros criminais e o clube mandante do respectivo jogo duramente condenado nos tribunais desportivos. Caso isso não seja feito, em breve chegará o dia em que lamentaremos a agressão violenta de um protagonista, jogador ou árbitro, talvez com consequências fatais. O outro invasor a coibir no futebol é o “novo gandula” – agora, depois do exemplo da LDU contra o Fluminense, em Quito, a “equipe de novos gandulas”. Essa figura passou a influir no resultado e em breve estará até entrando em campo e chutando a bola de jogo. A omissão da FIFA em ambos os casos é imperdoável... b) Também acho (como a FIFA) que o uso dos meios eletrônicos afetará a dinâmica do futebol, mas como o jogo se tornou muito mais rápido, os árbitros têm que apresentar um condicionamento físico muito superior ao de hoje e devem ser testados e observados periodicamente. c) Finalmente, uma observação: recentemente tenho visto jogos em que árbitros permitem um intervalo, em cada tempo de jogo, para os atletas se refrescarem nos dias de grande calor. Mas ultimamente não vi qualquer árbitro dando um descanso para atletas (com falta de ar) para aspirarem oxigênio em jogos disputados em altitudes elevadas. Acorda FIFA !