18 de dez. de 2009

EMPREGO, EOLO, DOPING, UPP, VARGENS

1. CAGED - Em novembro de 2009 foram gerados 246.695 empregos formais no Brasil e o acumulado do ano chegou a 1.410.000. Esse resultado fica 30% abaixo dos 2.107.000 postos de trabalho conseguidos em 2008 para igual período. Como dezembro é um mês em que o setor produtivo perde empregos, o ano de 2009 fechará com saldo de 1,1 a 1,2 milhão, resultado pior que em 2008. Deve-se lembrar que o Brasil deveria criar anualmente 1,8 milhão de empregos para os jovens que chegam ao mercado de trabalho. Notícia ruim, também, é que a Indústria de Transformação não manteve a reação esperada e de janeiro a novembro de 2009 criou apenas 177 mil postos de trabalho contra 452 mil em igual período em 2008. Tal fato indica que o PIB de 2009 deve diminuir quase 0,5% e nossa renda per capita cairá 2%, o que não é nada desprezível. Ficamos mais pobres mesmo pegando só a “marolinha” da crise mundial.
2. VAMOS CHAMAR O VENTO... – Harald Hellmuth escreveu-me festejando o sucesso do leilão da energia eólica brasileira e lembrando “que as usinas hidrelétricas não conseguem aproveitar integralmente a capacidade instalada durante o ano todo, devido à variação da vazão dos cursos d'água. Assim, geração eólica e hidrelétrica são complementares. E há mais vento quando as vazões hídricas são menores ! Portanto, além de somar-se à oferta de energia, as turbinas eólicas contribuirão para reduzir as variações de oferta. O impacto ambiental deve ser o mais baixo de todas as fontes, ao lado da co-geração com biomassa, como se pratica nas usinas de açúcar e álcool e nas indústrias de papel e celulose. Nos Estados Unidos, como na China e na Alemanha já existem capacidades instaladas de energia eólica de 30.000 MW, que estão substituindo usinas a carvão. Diante do potencial eólico brasileiro de 140.000 MW, seu status atual como energia apenas de reserva deverá ser superado. Além disso, como não haverá disponibilidade fabril no exterior para suprir toda a demanda global por turbinas eólicas, a fabricação no Brasil é necessária, existindo mesmo certa margem para exportação. Com a acumulação de experiência e maior escala, os custos tenderão a baixar. As instalações de pás nas regiões marítimas têm custo mais alto, mas também maior produção. Incentivos à geração eólica poderiam amenizar as desigualdades regionais, favorecendo áreas deprimidas do Nordeste.” HARALD HELLMUTH
3. DOPING - Os dopantes mais potentes usados no desporto têm margens de detecção muito curtas. Estão nesse caso a eritropoietina (EPO), a testosterona e o hormônio de crescimento (hGH). Por esse motivo, quanto mais testes anti-doping forem realizados fora das competições, mais eficaz será a detecção do doping. A aleatoriedade dos testes tira a margem de manobra dos atletas que usam o doping e de seu pessoal de apoio. As estatísticas comprovam essa realidade. Doping é crime e pode matar o atleta e o esporte !
4. O CUSTO DAS FAVELAS – Notícias sobre o mercado imobiliário dão conta de uma grande valorização recente dos imóveis nas Capitais do Rio de Janeiro e São Paulo. Creio que esses dados estão muito influenciados pelos avanços feitos no campo da segurança. Em São Paulo, ultimamente, os índices gerais de criminalidade caíram muito. No Rio, depois da implementação do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), áreas que haviam se desvalorizado pela proximidade com favelas estão se revalorizando. Embora não se saiba ainda em que medida serão recuperados os antigos valores dos imóveis no entorno das favelas em que o tráfico está sendo expulso, a revalorização começa de imediato. Meus colegas engenheiros que fazem avaliações estão tendo mais trabalho, porque os paradigmas do mercado imobiliário foram quebrados no Rio de Janeiro. Os agentes econômicos tomam suas decisões com base em três atributos inerentes aos diferentes investimentos: segurança, liquidez e rentabilidade. O imóvel é tradicionalmente uma opção de baixa rentabilidade, liquidez média e segurança elevada. No Rio de Janeiro a metástase urbana, causada pela expansão das favelas, seu surgimento repentino em pontos inesperados e até recentemente sem repressão, retirou do investimento imobiliário essa sua característica mais apreciada: a segurança.
5. VENEZA CARIOCA - O Prefeito Eduardo Paes tem, neste momento, uma grande oportunidade de evitar que uma linda área do Rio de Janeiro sofra um colapso semelhante ao que está ocorrendo no Jardim Pantanal da Capital paulista. A enorme população daquela região paulistana, ao lado do Rio Tietê, está literalmente submersa há vários dias e o problema parece irreversível. O Prefeito do Rio tem em suas mãos o PEU aprovado na Câmara dos Vereadores para Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande e Vargem Pequena, permitindo que os bairros sejam efetivamente urbanizados, de acordo com conceitos modernos e que evitarão as enchentes que a favelização da região determinará forçosamente se não for detida a tempo. As Vargens podem ser o Pantanal Carioca ou a Veneza Carioca - o Prefeito vai escolher !

4 comentários:

  1. Arlindo
    Seu blog continua "bombando" não só pelo dinamismo como também pela excelência dos artigos e pelos comentários dos seguidores
    Gostaria explorar um pouco do lado contraditório do texto "Custo das Favelas".
    Vejo com certa desconfiança a instalação dessas UPPs, a médio e longo prazos.A criação dessas Unidades caracterizou-se, a meu ver, pela ação clientelista e populista da troca de direitos por favores.Vistas isoladamente, podem ser importantes, mas, em conjunto, não resultariam na transformação significativa das condições de vida das comunidades e nem dos habitantes ao redor, servindo mais como uma espécie de "favela cenográfica",objetivando demonstrar a eficácia das autoridades e acalmar a classe média.
    Que preocupação tiveram as autoridades com a população que paga impostos e vive no entorno das comunidades ?Claro está que se o controle das favelas se torna mais presente e rigoroso, é evidente que os marginais vão descer para queimar ônibus(Copacabana) e assaltar os pedestres nas ruas dos bairros de maior renda( os índices divulgados são maiores do que no ano passado).
    Por que as autoridades não se preocuparam, também, em aumentar o policiamento das áreas adjacentes às favelas ou instalar câmeras de vigilância nas circunvizinhanças ??
    Não podemos esquecer que não há almoço grátis.
    Essa são as minhas ideias sobre um assunto muito polêmico.Torço para estar errado.
    Quem viver ...verá.
    Um abraço
    Ronaldo

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  2. Caro Ronaldo Coutinho: você pode ter razão, até porque já foi feita uma tentativa anterior (GPEs) que não teve sucesso. Mas torço para que você esteja errado. Por outro lado, aquela outra experiência deve ter deixado ensinamentos para a implantação das UPPs. De qualquer forma, a percepção geral é de que há possibilidade de sucesso, tanto assim que os imóveis próximos valorizaram. Talvez pior fosse não tentar nada. Assim ainda tenho uma esperança. Arlindo

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  3. Recomendo a leitura da entrevista que o cientista político dinamarquês Bjorn Lomborg concedeu à Veja na sede da COP15, em Copenhague, intitulada "Podemos fazer melhor". Segundo ele, "o combate ao aquecimento global tem de se basear em tecnologia, e não em mudanças no consumo". É um cético e por isso se coloca como um crítico da política de combate ao aquecimento.
    Roberto Pimentel.

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  4. Roberto: li a entrevista do escandinavo e não gostei. Conheço um monte de gente "respeitada" e imbecil... Precisa ver por quem essa figura é respeitada. Toda posição radical como a dele peca pelo excesso. Acho que devemos evitar certo tipo de consumo burro e ao mesmo tempo usar a tecnologia como instrumento de desenvolvimento sustentável. No caso "Quod abundat non noscet". Dizer, por exemplo, que informação não é eficaz para reduzir a natalidade é desclassificatório. E mostra que o entrevistado é um daqueles famosos "pipiricas" que a mídia endeusa não se sabe bem por qual motivo. Arlindo Lopes Corrêa

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