1. POLÍTICA E ENGENHARIA - Carlos Henrique Villela, profissional muito atuante, foi meu colega na Escola Nacional de Engenharia e enviou sua opinião sobre problemas atuais da profissão e do nosso País. Especialmente enfatizando a falta de qualificação dos trabalhadores e o despreparo dos políticos que mandam no Brasil. Eis seu texto: “Tanto o artigo do nosso colega Carlos Roberto Santos Moura (vide texto anterior do meu blog intitulado “PLANEJAMENTO SEM IPEA”), quanto a sua complementação, retratam a preocupação de nossa geração, que iniciou a vida profissional com JK. O lapso de investimento em infraestrutura da era pós-JK resultou em prejuízo inominável, com a perda de memória da técnica em Engenharia. Trabalhei 30 anos em Grandes Estruturas, conseguindo a formação de somente três Mestres de Obras competentes que, além de outras virtudes, fossem capazes de evitar colapsos como o ainda recente acidente na Linha Amarela do Metrô de S. Paulo. Considero que essa formação tem um custo bastante razoável, comparado ao sacrifício de muitas vidas perdidas em acidentes do aprendizado. Diria mesmo que um Mestre de Obras competente representa mais que 70% da segurança da obra. Lembro que a importância maior da nossa ação (do Engenheiro) se desenvolve ANTES da obra: em projetos e planejamento. Hoje, dificilmente se encontrará na praça um bom Mestre de Obras ou Encarregado (de forma ou de armação) pois, após longo período de falta de emprego (de obras), viraram agricultores ou pequenos comerciantes. Daí, como consequência, a obra do Metrô que citei ter sido dividida por cinco das maiores empreiteiras do Brasil, capazes, cada uma delas, na era JK, de contratar muito mais que o trecho sinistrado. Mas vejo que entramos na ERA DE CONSAGRAÇÃO DO POPULISMO, que se espalhou por toda a America Latina. Nossa geração presenciou a degradação da Argentina com o Peronismo e o nosso atraso com o Getulismo, como exemplos mais próximos. Hoje, vemos o nosso grande Lula monitorado pelo Hugo Chavez - que está conseguindo destruir a Venezuela, apesar da potência econômica promovida pelo petróleo. Para mim, isso é um ranço do COLONIALISMO. Deixamos de ser colonizados por Portugueses e Espanhóis para o ser pelos Políticos, que a população elege como TUTORES e não LIDERES. A DIFERENÇA está na proposta: o LIDER diz "VAMOS COMIGO" enquanto o TUTOR diz "DEIXA COMIGO". Isso explica a passividade da população latina, permitindo a proliferação dos atuais Títeres, achando que é isso mesmo, que não tem jeito. Assim, concordo: REALMENTE NÃO TEM JEITO. Desculpe o desabafo sobre um assunto que há muitos anos me incomoda.” Carlos Henrique Villela 2. VISÃO DE ENGENHEIRO-ECONOMISTA – Carlos Henrique, que se formou comigo em 1960, tem razão quanto ao marasmo que acometeu o País de 1960 até 1964, período no qual pouco se investiu e no qual predominou a politicagem. Um visível contraste com a realização do dinâmico PLANO DE METAS do Governo JK e a construção de Brasília (1955-1960). Mas após a Revolução de 31 de março de 1964, na minha visão de engenheiro-economista, veio a compensação, com enormes investimentos em infraestrutura, como jamais se fizera antes – em rodovias, hidrelétricas, saneamento, habitação popular e de classe média, instalações portuárias etc. A infraestrutura construída no período militar é praticamente a que temos ainda hoje, porque desde então também pouco se investiu, principalmente nos últimos 15 anos, período em que nossa infraestrutura viveu de remendos ineficazes. Ainda bem que ultimamente a construção civil conta com um novo programa habitacional - uma boa iniciativa do Governo Federal - que tem garantido o renascimento do setor e uma ponderável criação de empregos.
2. INTRUSOS NO CAMPO DE FUTEBOL – a) A FIFA tem que tomar providências urgentes contra dois tipos de intrusos que atualmente assediam os campos de jogo. Primeiro, torcedores que invadem o campo, qualquer que seja seu intuito, têm que ser severamente punidos nos foros criminais e o clube mandante do respectivo jogo duramente condenado nos tribunais desportivos. Caso isso não seja feito, em breve chegará o dia em que lamentaremos a agressão violenta de um protagonista, jogador ou árbitro, talvez com consequências fatais. O outro invasor a coibir no futebol é o “novo gandula” – agora, depois do exemplo da LDU contra o Fluminense, em Quito, a “equipe de novos gandulas”. Essa figura passou a influir no resultado e em breve estará até entrando em campo e chutando a bola de jogo. A omissão da FIFA em ambos os casos é imperdoável... b) Também acho (como a FIFA) que o uso dos meios eletrônicos afetará a dinâmica do futebol, mas como o jogo se tornou muito mais rápido, os árbitros têm que apresentar um condicionamento físico muito superior ao de hoje e devem ser testados e observados periodicamente. c) Finalmente, uma observação: recentemente tenho visto jogos em que árbitros permitem um intervalo, em cada tempo de jogo, para os atletas se refrescarem nos dias de grande calor. Mas ultimamente não vi qualquer árbitro dando um descanso para atletas (com falta de ar) para aspirarem oxigênio em jogos disputados em altitudes elevadas. Acorda FIFA !
4 de dez. de 2009
ENGENHARIA BRASILEIRA, FUTEBOL SEM OXIGÊNIO
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Olá Arlindo
ResponderExcluirFaz tempo que não coloco um comentário, entretanto leio seu blog sempre que algo novo é postado. Aliás você é blogueiro (é assim que se diz?) muito produtivo. Quase que diariamente há textos novose acho que esse é o segredo para manter um blog tão ativo.
Não tenho feito comentários, mas tenho aprendido muito com as suas intervenções, principalmente as de natureza política e que explicam com clareza o está acontecendo em nosso país, em várias áreas.
Eu aqui sempre atenta como uma aluna aplicada.
Vale dizer que pretendo aproveitar minhas férias para aprender a organizar um blog. Entendo que ele pode ser um ótimo instrumento para ampliar o que faço na sala de aula e quem sabe motivar os alunos e as alunas a debaterem um tema para além do tempo da aula e com isso enriquecer nossas nossas discussões.
Bom fim de semana,
Adélia
Cara Adélia: obrigado pelo seu incentivo a este blogueiro amador. Creio que você deve ter seu próprio blog, pois escreve muito bem e dá aulas na Universidade e realmente temos que levar os alunos a se motivarem, sendo a web é uma ótima possibilidade. Só acho que você não deve esquecer de recomendar que eles escrevam em português e não no dialeto internetês. Arlindo
ResponderExcluirCaro amigo,
ResponderExcluirDiante das injustiças que recheiam o futebol mundial sem que os homens da International Board interfiram com o mínimo de bom senso, só me resta concluir que esta manifestação cultural está refletindo uma motivação que vem do próprio torcedor. A virada de mesa, o ser mais esperto, evidencias do profundo egoísmo em que infelizmente o mundo se atolou.
Abbração.
Haroldo Ledo.
Caro Haroldo: parece que eu estava adivinhando que essa final do Brasileirão ia dar confusão. Você viu que a Polícia de Curitiba mandou só 20 guardas desarmados para aquele jogo de "alto risco" - já que a torcida do Coritiba é conhecida como baderneira. Será que vão tomar providências ? Será que até a Copa do Mundo nós aprendemos a lição ? Está difícil aguentar. Abraços. Arlindo
ResponderExcluirArlindo,
ResponderExcluirÉ você havia alertado, sobre a violência das torcidas organizadas e outras não tão organizadas/ e que provindências teriam que existir e rápidas.A Fifa que é politicamente Fofa .A Internacional Board que comanda o desmando / só tomarão uma atitude quando um Imperador for massacrado.A atitude geral do Coritiba e ou Curitiba, foi de uma tristeza, para quem respira esporte. Ficamos sem ar, mas o Conca -Fred e o time marcou tão bem que a emoção,ajudou a taquicardia e a respiração ganhou.
Os juízes andam reprovados.Numa crônica do João - "Os empregados" lá vem:
"berra o dirigente: "Fomos miseravelmente roubados". Berra o outro clube: "Foi pênalti e ele não deu. Não apita mais". E como nada mudou na questão também não mudei de idéia. Continuo a achar que é melhor e mais barato que os juízes sejam amadores. Seriam escolhidos entre homens de bem e que não tivessem cometido crimes infamantes.A maioria apita porque gosta e assim teríamos os jogos dirigidos por homens independentes e não pelos empregados dos clubes e,portanto,completamente dependentes.
Eu penso que ele tinham razão. Não sei se é possível assistir a este filme, mas quando ouço os Horcades dizendo (parece que ele pensa em diminuir o salário do Fred ????)que futebol é uma empresa fico arrepiada,é falso. Profissionasi são as relações entre jogadores e clubes. O resto, dirigentes, árbitros, teriam que ser amadores,esportistas.
A Altitude,é verdade, foi o adversário que eliminou o Fluminense da Sul-Amareicana. Com o dôbro dos glóbulos vermelhos no sangue, os ldus, nos massacraram, não só no placar, mas também no ritmo do jôgo.No segundo tempo nossos meninos demonstraram cansaço total. É um crime, igual a violência das torcidas-pode matar um atleta.
Será porquê os Ricardos Teixeiras, os Boards
não batem o martelo contra estas atrocidades???
Saudações Thereza