9 de out. de 2009

JOÃO CABRAL DE MELO NETO, RIO-2016, BUSH

1. DEZ ANOS DA MORTE DO POETA - João Cabral de Melo Neto, morto em 09/10/1999, foi o maior poeta brasileiro do fim do século XX. Sua obra mais conhecida – Morte e Vida Severina – é ilustrativa de sua importância em nossa literatura. Personalidade notável, o literato pernambucano jogou futebol (campeão juvenil pelo Santa Cruz Futebol Clube em 1935), foi Diplomata de carreira e deu-me a honra de conhecê-lo. Admirador do trabalho do MOBRAL, o Embaixador revelou-me o desejo de visitar uma sala de alfabetização no Rio de Janeiro. Marcou o dia, peguei-o em casa e escolhi inicialmente levá-lo a uma classe no Clube Piraquê, na Lagoa Rodrigo de Freitas, próxima à sua residência. Lá chegados, expliquei ao porteiro a nossa intenção e tive a desagradável notícia de que não havia aula – só no dia seguinte... O Diplomata-Poeta, ao ver minha decepção, foi generoso e me disse afetuosamente: “agora, mais do que nunca, acredito no MOBRAL, pois você bem que poderia ter preparado a visita para que tudo saísse certo. O fato de escolher aleatoriamente uma classe e levar-me para visitá-la de surpresa mostra sua postura profissional e a fé no trabalho da instituição”. João Cabral de Melo Neto, nosso Poeta-Maior daqueles tempos, sabia das coisas...
2. O Projeto RIO-2016 é de todos nós ! A partir de agora este Blog está aberto a sugestões e opiniões acerca da preparação para as nossas Olimpíadas, além de comentar propostas e realizações mais importantes das autoridades responsáveis, visando o evento.
3. A Prefeitura começou bem ! A inclusão do ensino da língua inglesa nas escolas municipais, desde a primeira até a última série fundamental, a partir de 2010, é um gol de placa ! As Olimpíadas geram uma motivação única para o aprendizado de línguas estrangeiras, geradoras de uma atmosfera propícia ao Turismo no Rio e de oportunidades múltiplas de emprego, empreendedorismo etc para nossos jovens. Muito bom ! Aliás, vejo na Educação um setor que pode ser altamente beneficiado pela realização das Olimpíadas no Rio, pois o esporte é muito motivador para os estudantes e a partir dele excelentes projetos pedagógicos podem ser concebidos e executados. Lembro que o Professor de Educação Física das escolas cariocas passa a adquirir um papel proeminente nesse trabalho. Só não gostaria que o Brasil tentasse se tornar, de repente, uma “potência olímpica” , objetivo que considero equivocado e sobre o qual discorrerei no futuro.
4. As duas sugestões iniciais recebidas para o projeto RIO-2016 dizem respeito à sustentabilidade. No dia mesmo da decisão de Copenhagen, já um amigo fraternal, Carlos Eduardo da Silva Pinto, telefonou-me falando sobre uma ação relativamente simples e que todos nós, moradores do Rio, podemos realizar com facilidade: a arborização de nossas ruas e casas. Plantar uma muda em frente ao nosso edifício, na praça que frequentamos, substituir uma árvore que morreu ou foi destruída por vândalos – entre estes os operários que as podam irresponsavelmente, em nome de empresas concessionárias e órgãos públicos. Tudo é simples e barato, mas vai depender de nossa dedicação e cuidado nos próximos anos. Adote uma árvore e cuide dela !
5. A segunda sugestão, recebi-a de Marilena Maçol, que é uma pessoa preocupada com o bem comum e que após visitar a "CTR Nova Iguaçú" - (Central de Tratamento de Resíduos) - enviou-me um texto muito oportuno, descrevendo-a. A CTR faz a recepção, tratamento e destinação final de resíduos sólidos urbanos e industriais, dos provenientes de serviços de saúde (RSS) e de entulho da construção civil. Marilena observa “que nós cidadãos devemos empenharmo-nos cada vez mais na conscientização da necessidade da separação seletiva do nosso lixo, tanto a nível individual como em condomínios, prefeituras, empresas, hospitais, clínicas, enfim, de todos e tudo que gera lixo” e pondera que “a aquisição de lixeiras seletivas não é gasto nem despesa e sim investimento em saúde, salubridade e civilidade. No Brasil, a destinação de resíduos sólidos é sofrível: 64% vai para os lixões, 18% para aterros controlados e 14% para aterros sanitários, os 4% restantes para “outras destinações” . O "lixão" é uma forma inadequada de destinação de lixo, pois não prevê nenhum tratamento do chorume (líquido que sai do lixo) e do gás (cuja composição é cerca de 64% gás metano que também sai do lixo). Por sua vez o “aterro controlado” já usa algumas medidas de engenharia -como cobrir o lixo após cada jornada de trabalho com material inerte para contenção de fogo. Mas nesse modelo ainda há vazamento e contaminação do ar e das águas, por chorume e gás. O "aterro sanitário" é fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas que permitem um confinamento seguro em termos de controle da poluição ambiental e proteção da saúde pública. Marilena conclui sua mensagem afirmando “que é importante cada um fazer a sua parte, ajudando na conscientização da nossa família e empregados, pois somente com o nosso exemplo poderemos atingir essa meta”.
6. BUSH GANHOU O NOBEL DA PAZ – Pensando bem, não foi Barack Obama que ganhou o Prêmio NOBEL da PAZ. Foi o fato de ter encarnado a antítese de Bush que lhe deu o galardão...

10 comentários:

  1. Oi, Arlindo!
    Acabei de falar com a Dorinha agora e ela sugeriu que poderíamos promover uma pequena reunião com seus ex-colaboradores e amigos com o objetivo de " bolarmos" alguns projetos direcionados às Olimpíadas.
    Amanhã vou lhe telefonar para conversarmos a respeito.
    Grande abraço,
    Ana

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  2. Arlindo
    João Cabral -em "Tecendo a manhã" - parece juntar nossas idéias -2016 -lendo seu Blog
    "Um galo não tece uma manhã
    ele precisará sempre de outros galos
    ......De um que apanhe esse grito
    e o lance a outro.......
    para que a manhã......
    se vá tecendo, entre todos os galos"

    Pensei como grito inicial que cada um lançasse num espaço - exemplos meus:Associação de Moradores /amigos jornalistas,professores, poetas, etc... Idéias seriam levadas para o Blog , tecendo, sairíam projetos e depois " entre todos galos" venceríamos as Olimpíadas.tendo um final..
    "belo porque corrompe,com sangue novo a anemia, infecciona a miséria,com vida nova e sadia" final
    (Morte e vida Severina)./

    3 A Educação na sua forma ampla, tem tudo para saltar alto nas Olimpíadas - ampla fiscalização
    para que não pise na risca.
    4- C.E. Pinto, nosso pequeno principe,adorei sua idéia de plantarmos Baobás -Thereza
    5 -Aproveitando a apresentação de Marilena,me lembrei que na Suécia em cada bairro exite uma solução - diversas caixas grandes, apropriadas, como ela sugere, escrito o que colocar e o povo segue a regra. Claro é um questão de hábito.

    - por fim concordo com a vitória do Obama, mas acho que será uma boa oportunidade de levantar a Estátua da Liberdade fora dos Estados Unidos.
    Thereza

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  3. Arlindo,
    Já tentei por diversas vezes e maneiras chegar ao alcaide de sua bela cidade para apontar-lhe o projeto que me ajudou a construir e que seria implantado na rede municipal. Confesso que cansei, mas se você voltar a tocar nesta tecla pode ser que desperte o "monstro persistente" que ainda habita no meu ser. Os comprometimentos são muitos e quem decide não tem "olhos de ver". Mesmo assim estou "na espera" para levar o projeto à Secretaria de Esportes e de Educação mais uma vez.
    Roberto Pimentel.

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  4. Grato pelos comentários. 1) Ana e Thereza: estou disponível para participar desse esforço que vocês mencionam e que deve partir da comunidade carioca. Ana: marque a reunião e vamos à luta ! 2) Roberto, O GLOBO colocou em manchete de primeira página na semana passada que as escolas (são mais de mil, só da Prefeitura) da Cidade do Rio de Janeiro não têm espaços esportivos. É claro que o seu projeto do minivoleibol se encaixa como uma luva nessa carência, pois é possível implantá-lo em áreas mínimas. Minha sugestão é contactar a MULTIRIO e sugerir que eles filmem e divulguem o minivoleibol para as Diretoras, professores etc etc. O Prof. José Garcez Ballariny trabalha lá e como craque e técnico de voleibol pode ajudá-lo no contacto. Arlindo

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  5. Arlindo
    No meu entendimento, o Prêmio Nobel da Paz deveria ser dado a quem JÁ tivesse realizado ações significativas e concretas nesse campo o que, evidentemente,ainda não é o caso do Obama, tendo em vista estar há pouco tempo no governo.Porém, é inegável que ele, através de atitudes e pronunciamentos, deixou claro que irá seguir nessa direção.Mas isso, a meu ver , seria, no momento, insuficiente para receber o Nobel da Paz fato que nos leva a concluir que os responsáveis por essa decisão tiveram como objetivo, para conceder o Prêmio,não o que foi feito, mas sim o que PODERÁ ser feito pelo Presidente dos EUA, além de, implicitamente,aproveitar para externar para o Mundo a repulsa da comunidade europeia à política externa da dupla Bush/Cheney
    Agora é complicado outorgar um Prêmio Nobel da Paz para o Presidente da mais poderosa Nação do mundo, possuidora de um arsenal bélico imbatível e que vive num estado de beligerância, quase permanente, em virtude de ter que estar sempre pronto a defender seus interesses constantemente ameaçados pelo mundo afora.Bem, quem viver...verá.
    Quanto ao minivôlei, acho que é a hora propícia para colocar esse belo projeto em execução
    Um abraço,
    Ronaldo

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  6. Caro Ronaldo: perfeito seu Comentário sobre o Nobel da Paz, com o qual concordo integralmente. Vamos ver se a Prefeitura se interessa pelo minivoleibol. Lembra do voleibol nos recreios do Mello e Souza ? Como seria bom que os alunos do ensino público tivessem a mesma oportunidade, não é mesmo ? Abraços. Arlindo

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  7. Diante de tanto entusiasmo dos meus amigos, lanço uma alternativa para as Para Olimpíadas de 2016: a inclusão do mini voleibol. As duas duplas brasileiras já classificadas seriam Arlindo - Roberto e Ronaldo - Ballariny. Comecem a treinar e mantenham-se Vivos (no sentido de espertos) até lá!
    Roberto Pimentel.

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  8. Ótima ideia Pimentel

    Vou começar a treinar amanhã mesmo e com o Ballariny me ajudando com certeza teremos um bom desempenho !!
    Ótima a sua sugestão !
    Um abraço,
    Ronaldo

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  9. Comunidade lusófona
    Dando continuidade à estratégia de aproximar-me de uma universidade portuguesa, foi publicado hoje o primeiro de uma série de artigos no site lusitano www.sovolei.com a respeito do ensino de voleibol - Formação e Iniciação. Concomitantemente, passei a relacionar-me com o diretor do Colégio Paraíso, que inclui também uma Faculdade, do grupo da maior universidade mundial de língua portuguesa, a Universidade Lusófona, com sede em Lisboa e ramificações por vários países, invlusive o Brasil. A intenção é manter intercâmbio cultural e promover o contato entre professores de ambos os países (e demais da comunidade) e, principalmente, entre as crianças. Conto como sempre com a sua ajuda e dos amigos que me apoiam nessa verdadeira cruzada.
    Roberto Pimentel.

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  10. Roberto: espero que tudo saia bem, especialmente em se tratando da comunidade lusófona e estou às ordens para ajudar. Arlindo Lopes Corrêa

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