19 de abr. de 2009

EMPREGO E CULTURA


O desemprego no Brasil continua preocupante. O Governo Federal declarou-se muito satisfeito com a geração, apurada no CAGED, de 34.818 empregos formais em março de 2009. É claro que as autoridades devem mostrar-se otimistas, especialmente em momentos de recessão. Mas a realidade é que em março de 2008 haviam sido criados 206.556 empregos. Assim, considerando o período desde o início da crise, entre outubro de 2008 e março de 2009, o Brasil perdeu 692 mil postos de trabalho e deveria, ao contrário, ter gerado 566 mil novos empregos, como ocorreu nos anos anteriores. Em outras palavras, a crise já nos custou 1.258.000 vagas no mercado de trabalho. O que mais preocupa é a supressão de 147 mil lugares na Indústria, de janeiro a março deste ano. Quando a Indústria – o grande motor do desenvolvimento – desemprega, o PIB, a riqueza nacional, desaba. Também não é bom o fato de o Comércio ter perdido 70.753 empregos no trimestre. Há um certo alento do crescimento de 31 mil empregos na Construção Civil, o qual deverá intensificar-se com os programas da casas populares. Mas o prosseguimento do inchaço da máquina pública (+23 mil empregos de janeiro a março de 2009, em plena crise !) preocupa, pois aumenta as despesas correntes, reduzindo as disponibilidades para investimento, prioridade absoluta neste momento e sobretudo mostra que os Governos ainda não entenderam o seu papel de sobriedade neste momento difícil.

Douro, Reno, Mosela
Fico a imaginar o que seria do mundo, se os ecologistas do Pier da Farme de Amoedo tivessem poder absoluto e proibissem o cultivo das parreiras nas encostas, a menos de 30 metros (???) das margens dos rios da velha Europa. Adeus a alguns dos mais saborosos vinhos de Portugal, França e Alemanha e aos cruzeiros românticos no Douro, Mosela, Reno etc para usufruir daquelas paisagens belas e repousantes.

Momentos Vívidos
No dia 18 de abril de 1974, Roberto Carlos – que merece todas as homenagens - deu uma importante contribuição ao MOBRAL. O Rei visitou, em Cachoeiro do Itapemirim, a MOBRALTECA que teve então sua maior participação popular de todos os tempos - uma multidão de 70 mil pessoas. . . A MOBRALTECA era uma unidade móvel que tinha acomodação para 3 pessoas, incluindo camas e banheiro, que estacionava 3 dias nos Municípios brasileiros mais remotos, levando livros, cinema, música, exposições de artes plásticas, shows etc e recolhendo as manifestações culturais das suas populações. Foi um projeto pioneiro de dois dos mais competentes designers brasileiros – Verschleisser e Visconti – e do Major Herbert Fiuza, um craque do IME, que concebeu o sistema eletro-eletrônico. Ana Maria Watson (Anateca), que tocava com dinamismo o projeto, teve naquele dia sua merecida glória. A foto relembra o evento há 35 anos, mostrando esse artista excepcional com o diploma de agradecimento oferecido pela instituição. O animador daquela MOBRALTECA, Ari Leite, também aparece na foto ao meu lado e faz-me recordar alguns dos outros animadores – como José Cardoso Junior, Alberto Eduardo Corona, Luis Carlos dos Santos – verdadeiros bandeirantes da cultura brasileira que conheceram o íntimo do Brasil e seu povo.

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