20 de fev. de 2009

RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA

Para enfrentar os tempos de crise, muitas empresas que atuam em Responsabilidade Social Corporativa (RSC) estão reduzindo acentuadamente suas ações nessa área. Em vez disso, poderiam repensar e reformular sua estratégia - e até certos aspectos conjunturais desse trabalho - pois a experiência mostra que nos projetos sociais geralmente se pode reduzir custos, preservando a essência de seus objetivos .
Exatamente agora, por força da crise, as pessoas, famílias e comunidades atendidas por esse tipo de projeto precisariam que essas ações continuassem e até crescessem. Muito a propósito, OECD, UNESCO e UNICEF – dentre outras organizações internacionais – alertaram para o fato de que se aproxima um colapso na já precária qualidade de vida dessas populações. A razão principal é que são elas as mais afetadas pelo crescimento do desemprego e da informalidade, impedindo-as de se beneficiarem desse seu bem potencial – às vezes o único disponível - o trabalho.
As empresas, neste momento, não podem furtar-se a uma cuidadosa reflexão antes de interromper, reduzir ou adiar as ações de RSC.
O Brasil, obviamente, não está imune ao problema do desemprego que é a face mais cruel das crises sociais O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED, processado pelo Ministério do Trabalho a partir das informações das empresas de todo o País, assinalou o fechamento de 101.748 vagas com carteira assinada em janeiro de 2009 — pior resultado desde 1996. É o terceiro mês seguido de redução da população empregada — em novembro, o País perdeu 40.820 vagas e em dezembro, 654.900. Em apenas um trimestre já perdemos 800 mil empregos e o futuro talvez ainda nos reserve surpresas mais desagradáveis no mercado de trabalho.
Vivi outras crises anteriormente, inclusive quando dirigia o MOBRAL (1973, por exemplo) e posso assegurar que sempre há uma saída, sempre é possível “otimizar” as perdas, fazendo uso de inovação e criatividade.